é do deserto que vem o vento mais fino
e a fuga que é chegada e desvario
aqui o desembarque na noite fria
só com as estrelas por companhia
aqui, a fina fragrância das dunas
as algas secas dos meus braços
e as fontes ocultas
outros climas, são do deserto
tal que a chuva e a bolina
conheces o caminho
ficaram rosas e serpentes,
pegadas fundas do passado
que ainda encontras vivas
vem ver-me no deserto
aqui há sal que nos torna mais puros
e um vinho que nasce mais cedo
antes da vindima, o vinho
que guardamos para o futuro
manda-me uma carta que
me ponha os olhos longe
e os braços como caminhos
e nos aproxime os lábios
tentadoramente devagar
aqui no deserto produzimos a miragem
fugimos num cavalo, em pregas de cetim,
bebemos orvalho, nas noites frias sem fim
mil e uma verdades te guardo sem dizer
mil e uma formas de solidão no fundo das areias
sepulto-me, na fina poeira da noite
sem ti, a escuridão e a tempestade,
são como um pássaro negro e esfomeado
que passa e me bebe os sentidos - nada
é só vazio
e a fuga que é chegada e desvario
aqui o desembarque na noite fria
só com as estrelas por companhia
aqui, a fina fragrância das dunas
as algas secas dos meus braços
e as fontes ocultas
outros climas, são do deserto
tal que a chuva e a bolina
conheces o caminho
ficaram rosas e serpentes,
pegadas fundas do passado
que ainda encontras vivas
vem ver-me no deserto
aqui há sal que nos torna mais puros
e um vinho que nasce mais cedo
antes da vindima, o vinho
que guardamos para o futuro
manda-me uma carta que
me ponha os olhos longe
e os braços como caminhos
e nos aproxime os lábios
tentadoramente devagar
aqui no deserto produzimos a miragem
fugimos num cavalo, em pregas de cetim,
bebemos orvalho, nas noites frias sem fim
mil e uma verdades te guardo sem dizer
mil e uma formas de solidão no fundo das areias
sepulto-me, na fina poeira da noite
sem ti, a escuridão e a tempestade,
são como um pássaro negro e esfomeado
que passa e me bebe os sentidos - nada
é só vazio
sem ti o deserto não tem
caminhos
nem escarpas de altas árvores de rapina
não há mistério num lugar
nem escarpas de altas árvores de rapina
não há mistério num lugar
onde as mãos não se unam
para juntar o tempo e o corpo
para fundir num só momento
para fundir num só momento
a poesia e o mais íntimo sopro