domingo, 17 de janeiro de 2010

a escada do poema


habituei-me à escada do poema
subo-a como subo o nevoeiro
ou subo os sonhos a montante
pelo rio

cada poema prolonga sombras
às vezes sons, seixos
e lírios

sílabas crateras camufladas
só o poeta sobe o tom
e canta a face das aves
e das palavras

a sua poesia é um tripé
uma escada que se ergue na voz
e sobe até à alma
de quem subir a escada
do poema