ao postigo
espreito a queda da tarde
aluída a nave
do corpo
emprego
o tempo a temperar
lamentos
desde que te desconheço
e te duvido
adentra-se o frio
uma fragata perdida
são leves os indícios
da solidão
na tarde marinha
de gaivotas enregeladas
cruza o ar uma bátega de rosas
parece que a escuridão recua
e a luz se eleva
sou eu que sou perita
em ler planos novos nas palavras
e que aprendi finalmente a evaporar os sons
toda a fala é feita de lacunas
vogais e consoantes, alveolares, veladas
mas a fala que eu sei das nuvens é feita
das coisas ardentes, amealhadas