noite de renda e de rubi sobre a ponte do tempo... um tempo tão luminoso e próspero, os anos da crença, a casa cheia de lume e rosas estiradas sob as ancas. o tempo da esperança. quem o sufocou, o tempo de tudo ser possível e onde se deteve? hoje só trago uma migalha de tempo. no nosso rumo não há detença. tudo linear entre os canteiros, todos os vasos alinhados e mudos, as dálias brandas. tempos demorados em longitudinal virtude. plumas e pentes nos dedos magros de raiz, unhas de arranhar a vida e sorrir. venho de longe, só tu velho amigo sabes como o meu caminho é longo e antigo. endiabrávamos a existência, como se esta fosse uma alma brava, destinada a resistir a todos os ventos, mas era o tempo esparso que nos conduzia levemente ao olhar do outro. e agora celebramos ritos sem fé, porque a distância que nos aproximou perdeu-nos.
obrigada por tudo que me dás
Bons sonhos
obrigada por tudo que me dás
Bons sonhos