segunda-feira, 29 de setembro de 2008

ladaínha à chuva

penhascos, no início havia lugares altos elevados nas falésias
no início tudo era asas e valsas belas por entre o mistério
que se tecia secreto nas palavras

nos lugares altos, erguidos no segredo dos olhares cruzados
havia um lume que aquecia os ossos e os poros da pele
peixes reflectiam esmeraldinas vestes que as palavras invertiam

todas as águas nos prendiam entre margens confluentes
e entao nós corríamos, sabendo que no fim a foz seria o encontro

mas a foz são estas palavras tristes.
espraiei-me por ti na areia quente, nas ondas propaguei versos dolentes
escrevi nas dunas e plantei sementes, para ti meu amor somente...

.