(foto de hoje)
... se me tomasses com o rigor dos teus braços e tuas mãos viris......se me pudesses tactear por dentro e sentir o meu sentir......se todas as aves nos roçassesm com seu plágio estremecido e todas as nuvens nos reunissem num mesmo latejar ...ah, se o lugar do teu corpo se adoçasse no meu e neste endoço toda a palavra em plumas nos tocasse... sim, toda eu fremia em obra e arte o frémito que vomita a morte e nos prende entre socalcos o corpo e a tensa árvore...ah, se me alinhavasses a ti num beijo de quinta arte,... se numa tela profunda nos amássemos desta sorte... sim, o sangue em nós nos urgentava a funda queda e num só desejo e gesto agraciado o novelo dos corpos se enlaçava esbelto e emudecido e entre frescos lírios... frutuava. como borboleta a sair da larva ou como um fértil rio de rugidas águas, a morte nos levaria, frágeis seixos a rolar na água e em sedimento tornaríamos... à lânguida cascata, à margem funda da maré que nos (des)prendia os sentidos...ah, meu amor, se nos amássemos entre mãos e murmúrios, os nossos corpos, meu amor, dois frescos lírios... onde iríam pousar os seus leves suspiros?
sonho-te
por publicar: escrito em Agosto/2007
