
não chores por mim,
nem por ti chores
se a tua natureza e a tua essência
te transferem
para novos mundos novos impérios
para que havemos de fazer mistérios
de onde apenas há certezas
o mundo é um lugar sério demais
para se levar tão a sério como fazes
estou serena na pulsação que ora uso
e nada que me digas já me fere
ao fim de tantos anos
a ouvir-te distanciar os meus passos
com doces gestos ciciados
entre nós o que sobrevive
se não pode ser o corpo e o afago
é esta natureza verde que é vogal
que nos cresce por entre os lábios
este mercado de palavras sempre dadas
porque a minha persistência tem sido a terra
o adubo e a colheita
em redor da tua ruidosa alma
canso-me de mim
mas não me extravaso
permaneço-me com o sangue que tenho
e me resguardo
num refluxo que me preencha
até que te mate sete vezes e outras sete te esqueça
e possa então entregar-me a outro
mulher que ainda seja
fica entretanto per i
que eu outro tanto farei
alma simples que te sou
alma simples que me és
entrancemos a vida multiplicada
ajustemos as lentes e agigantemos a nortada
que o nosso mar é a poesia
e a incontância para sempre a nossa casa
.
.
nem por ti chores
se a tua natureza e a tua essência
te transferem
para novos mundos novos impérios
para que havemos de fazer mistérios
de onde apenas há certezas
o mundo é um lugar sério demais
para se levar tão a sério como fazes
estou serena na pulsação que ora uso
e nada que me digas já me fere
ao fim de tantos anos
a ouvir-te distanciar os meus passos
com doces gestos ciciados
entre nós o que sobrevive
se não pode ser o corpo e o afago
é esta natureza verde que é vogal
que nos cresce por entre os lábios
este mercado de palavras sempre dadas
porque a minha persistência tem sido a terra
o adubo e a colheita
em redor da tua ruidosa alma
canso-me de mim
mas não me extravaso
permaneço-me com o sangue que tenho
e me resguardo
num refluxo que me preencha
até que te mate sete vezes e outras sete te esqueça
e possa então entregar-me a outro
mulher que ainda seja
fica entretanto per i
que eu outro tanto farei
alma simples que te sou
alma simples que me és
entrancemos a vida multiplicada
ajustemos as lentes e agigantemos a nortada
que o nosso mar é a poesia
e a incontância para sempre a nossa casa
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