domingo, 2 de dezembro de 2007

Flora da Manhã


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pela manhã
na teia
sublevo o lençol
na volúpia que subi
tear dos meus sentidos
que fias no sono
entrelaçado de ti
a fímbria rosa
das nuvens
que se espalham por aí
e todas as manhãs
que nos enfloram
são fluxos possíveis
de um novo terno
frenesi
ateias-me
em floração febril
e eu deixo-me
caminhar
apeadeiro de todas
as horas e demoras
assim
regressas-me como
a flor à árvore
és perene e a prumo
me enches de ti
uma palavra
em fuga de ave
pregão de lábios
parte daqui...
a toda a hora
a vida parte,
espero por ti...