
como é bom abrir o sacrário
sentar-me a teus pés e dizer-te,
olá amor, já aqui estou
agora chegou a hora de
simplesmente querer-te meu
enquanto beijo cada momento
que vais dr-me
como é bom sentar-me a teus pés
patriarca do amor,
limpá-los, venerar-te
refrescar com os meus lábios
tua fonte triste
meu amor, a noite às vezes
demite-se, anula-se no encantamento
das almas. a noite é o lugar que abriste
para existir e eu que agora
te tenho, já te posso dizer
como é que existimos
quando nos vamos. ainda hoje
a paz que me cinde a fronte
a fala leve e limada nas pontas
tudo me escolheu para rir
e me tornar doce,
a tua permanência acolheu-me
bem em qualquer sítio onde fosse.
nada me angustia, nem me demoro
a inquirir as tuas horas
as tuas lacunas, os teus anseios.
plpitam-me rosas no sangue, serenas rosas
de inquietude mansa, a certeza de te ter
ao fim de cada estrada.
agora que os teus olhos
têm fala e não me olham já
cerrados - suspreendeste-me
a meio da nossa fuga
quando um dia, na esquina choquei contigo,
parado, sorrindo. entregaste-me ao amor
ou entregaste-te a mim que coleccionava
tão frágeis luas de amar-te
a tantas sonatas te tecia
tantas estrelas para te encantar
e fiar na espera que se desfazia
mas eis que esses rios e labaredas,
intensas fragas, caudais, metáforas
de intensa leira e tantas regrefas e labutas
se revelam passageiras de um barco abandonado
pois agora que me abrigas na tua pele
fico com esta voz que me fraqueja
e descomanda já a metáfora
a infinita disparidade das palavras.
mas se não sei já compor para ti as mesmas
alvas e brandas madrugadas
agora só sei beijar-te e incorporar
a tua alçada, o teu encaixe, a tua
doçura protectora, a tua boca fresca
que apetece ter na alma...
pois que chegaste a mim e a tua ilha
te espera, deixa-me meu viajante adorado
deixa-me meu amor, engalanar o meu corpo
para que o tomes doravante
no calmo tapete que antes fiava
deixa-me venerar-te e amar da
mesma forma o teu corpo e a tua alma
mas que eu me possa sentir hoje
nos teus braços uma nuvem pequenina
e intensamente calma no nosso céu
quimérico e alado, onde Penélope se
voltou a encontrar com o seu amado...
sentar-me a teus pés e dizer-te,
olá amor, já aqui estou
agora chegou a hora de
simplesmente querer-te meu
enquanto beijo cada momento
que vais dr-me
como é bom sentar-me a teus pés
patriarca do amor,
limpá-los, venerar-te
refrescar com os meus lábios
tua fonte triste
meu amor, a noite às vezes
demite-se, anula-se no encantamento
das almas. a noite é o lugar que abriste
para existir e eu que agora
te tenho, já te posso dizer
como é que existimos
quando nos vamos. ainda hoje
a paz que me cinde a fronte
a fala leve e limada nas pontas
tudo me escolheu para rir
e me tornar doce,
a tua permanência acolheu-me
bem em qualquer sítio onde fosse.
nada me angustia, nem me demoro
a inquirir as tuas horas
as tuas lacunas, os teus anseios.
plpitam-me rosas no sangue, serenas rosas
de inquietude mansa, a certeza de te ter
ao fim de cada estrada.
agora que os teus olhos
têm fala e não me olham já
cerrados - suspreendeste-me
a meio da nossa fuga
quando um dia, na esquina choquei contigo,
parado, sorrindo. entregaste-me ao amor
ou entregaste-te a mim que coleccionava
tão frágeis luas de amar-te
a tantas sonatas te tecia
tantas estrelas para te encantar
e fiar na espera que se desfazia
mas eis que esses rios e labaredas,
intensas fragas, caudais, metáforas
de intensa leira e tantas regrefas e labutas
se revelam passageiras de um barco abandonado
pois agora que me abrigas na tua pele
fico com esta voz que me fraqueja
e descomanda já a metáfora
a infinita disparidade das palavras.
mas se não sei já compor para ti as mesmas
alvas e brandas madrugadas
agora só sei beijar-te e incorporar
a tua alçada, o teu encaixe, a tua
doçura protectora, a tua boca fresca
que apetece ter na alma...
pois que chegaste a mim e a tua ilha
te espera, deixa-me meu viajante adorado
deixa-me meu amor, engalanar o meu corpo
para que o tomes doravante
no calmo tapete que antes fiava
deixa-me venerar-te e amar da
mesma forma o teu corpo e a tua alma
mas que eu me possa sentir hoje
nos teus braços uma nuvem pequenina
e intensamente calma no nosso céu
quimérico e alado, onde Penélope se
voltou a encontrar com o seu amado...
~~
(pintura de Klimt...)