Há manhãs assim... um prolongamento da seda que a noite foi, o corpo que se deixa ficar no limbo da vida sossegadamente. A alma lânguida com o tempo nas mãos, a sensação de viver um momento único e irrepetível, em que o resto do mundo se ausentou e tudo o que nos ilumina permanece apenas. Uma sede expressa de melancolia, a vontade de permanecer num acorde de blues eternamente, a nostalgia que cura doce, docemente. Não sei que tem hoje o dia que estou assim... um demorado advérbio de modo. Um gerúndio permanente... O café tem o sabor habitual, o dia promete tanto como o de ontem, e porém sinto-me dulcificada por dentro... Fico por aqui.... blue... Com o Eric e esta voz fascinante, Rzsa Magdi... apetece sofrer com ela, sentir como ela, porque "blues" é sobretudo sentir, sentir tudo, sentir muito, sentir alguma coisa (in)substancialmente...
Bom Domingo!