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margem do meu corpo
manta de veludo pousada
sobre a noite astral
cada palavra acolhe o mar
e morde a areia da madrugada
ainda agora senti
no peito o rasgão do luar
e cá dentro tudo reluz
estou em festa aparelhada
para o amor
o amor é uma rosa asceta
que tarda em vir
o amor pode nem chegar
cerra-me o mistério da pele
este amor
onde toda a natureza se produz
estou a atravessar o estio
para a outra voz que me tarda
e vou a soturar a palavra
em ponto breve de cruz
quando o amor fica de pousio
a vida é uma rocha liquefeita
a cair sobre a memória
num estio que a lâmina
da noite apara rente
e é rubro e vazio
e eu vou em busca do amor
na outra margem
numa zona de baixios
aguardo que a maré me guarde
o sorriso do amor
a atravessar o rio
manta de veludo pousada
sobre a noite astral
cada palavra acolhe o mar
e morde a areia da madrugada
ainda agora senti
no peito o rasgão do luar
e cá dentro tudo reluz
estou em festa aparelhada
para o amor
o amor é uma rosa asceta
que tarda em vir
o amor pode nem chegar
cerra-me o mistério da pele
este amor
onde toda a natureza se produz
estou a atravessar o estio
para a outra voz que me tarda
e vou a soturar a palavra
em ponto breve de cruz
quando o amor fica de pousio
a vida é uma rocha liquefeita
a cair sobre a memória
num estio que a lâmina
da noite apara rente
e é rubro e vazio
e eu vou em busca do amor
na outra margem
numa zona de baixios
aguardo que a maré me guarde
o sorriso do amor
a atravessar o rio