sexta-feira, 13 de julho de 2007

incendiar as estrelas

ah, eu só queria agora poder apagar as estrelas
uma a uma

para poder dormir
só queria agora a infância do teu peito
colada a mim
incendiar os teus murmúrios
devastar-me na tua cama
num doce lençol de cetim
para poder sorrir
eu só queria o meu seio na seiva
da tua boca
o teu arfar a sobrevoar-me
pouco a pouco
todo o ardor da ardente noite
em que nos perdemos
há um século antes do desejo
para poder ser feliz
ser uma árvore na tua pele
encrespada tensa e profusa raiz
beber do teu corpo
os amantíssimos sais e só então,
saciada de ti
incendiar o resto das estrelas
que escondes na tua mão

para nos repetir