segunda-feira, 25 de junho de 2007

o meu país


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as searas lisas penteadas
barcas soltas pelo monte
as brancas casas
e piamente
uma pêga pega o pente
e rasga a planície em mágoa
um pio saído do ventre
que o horizonte mata
no meu país de altas águias
papoilas pintam lágrimas
mas ninguém vem colhê-las
as papoilas não são searas
e só as searas alimentam
no meu país as aves voam
penteadas pelo vento
cabelos soltos verdes ramos
azinheiras onde me sento
tenho saudades do exílio
sob as soturnas fragas
de ser parte do silêncio e da aragem
temo desejar o mundo
querer viajar sem ter bagagem