I
pelo sono regressamos às manhãs
vimos pela ribeirinha na sede da cidade
já insones e exportáveis para o próximo reino
pela manhã somos nevoeiro
pelo sono regressamos às manhãs
vimos pela ribeirinha na sede da cidade
já insones e exportáveis para o próximo reino
pela manhã somos nevoeiro
II
desdobráveis os nossos membros
num chão de desejo caem indefesos
contrariamente à dor, as manhãs vazam
sem termos espaço para mais margem
desdobráveis os nossos membros
num chão de desejo caem indefesos
contrariamente à dor, as manhãs vazam
sem termos espaço para mais margem
III
desprendemo-nos do corpo
suavemente a pele vai
no fundo de uma chávena de café
firmamos rápidos desígnios
hoje vai ser o dia de todos os prodígios
desprendemo-nos do corpo
suavemente a pele vai
no fundo de uma chávena de café
firmamos rápidos desígnios
hoje vai ser o dia de todos os prodígios
IV
nos olhos há um creme doce por barrar
e os passos pesam numa leveza anciã
e nós vamos como pedra arremessada na maré
sem regresso igual, no fundo da manhã
.
e nós vamos como pedra arremessada na maré
sem regresso igual, no fundo da manhã
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Bom dia!