quinta-feira, 31 de maio de 2007

In The Morning




I
pelo sono regressamos às manhãs
vimos pela ribeirinha na sede da cidade
já insones e exportáveis para o próximo reino
pela manhã somos nevoeiro

II
desdobráveis os nossos membros
num chão de desejo caem
indefesos
contrariamente à dor, as manhãs vazam
sem termos espaço para mais margem

III
desprendemo-nos do corpo
suavemente a pele vai
no fundo de uma chávena de café
firmamos rápidos desígnios
hoje vai ser o dia de todos os prodígios

IV
nos olhos há um creme doce por barrar
e os passos pesam numa leveza anciã
e nós vamos como pedra arremessada na maré
sem regresso igual, no fundo da manhã
.

Bom dia!