a persistência da tarde
o meu refúgio
é Domingo e existe a tarde e o silêncio
existe o corpo e o declive
é Domingo e eu estou
serenamente sentada no meu mundo
a tarde move-se entre areias
ternas areias trazem-me a chave
de um tempo novo e lento
luminosa estrada
para o instante imperfeito
aquele que nunca será o lume sendo fogo
queria ser tinta e permanente
e que hoje o mundo fosse sempre
brumas e silêncios
lugares raízes
profundos reinos