às vezes não sei por onde abrir o silêncio
a casa espera-me por fora e eu não entro
temo as teias tatuadas pelo tempo
fósseis e presas de si mesmas as aranhas
são o espelho de um amor que morre vivo
e vivo se nutre da morte dentro
e porém o corpo, o corpo aberto
a branda entrega a margem do silêncio
e porém as mãos que rasgam as promessas
e se infundem dentro dos sexos fundamente
e porém as éguas impantes de desejos
cavalgam a fundo o tecto e a madrugada
e porém o medo na talha dos segredos
a casa espera-me por fora e eu não entro
temo as teias tatuadas pelo tempo
fósseis e presas de si mesmas as aranhas
são o espelho de um amor que morre vivo
e vivo se nutre da morte dentro
e porém o corpo, o corpo aberto
a branda entrega a margem do silêncio
e porém as mãos que rasgam as promessas
e se infundem dentro dos sexos fundamente
e porém as éguas impantes de desejos
cavalgam a fundo o tecto e a madrugada
e porém o medo na talha dos segredos
a teia de uma casa fechada ao amor
é um manto imenso seco e negro
vives dentro para não viveres por fora
as pedras que temes ver ruir no tempo, mas
as pedras que temes ver ruir no tempo, mas
as coisas que habitas numa casa nunca quebram
ficam presas no interior das teias que te tece a tristeza
e a casa é o teu mundo e o teu mundo nunca te chega