quarta-feira, 4 de abril de 2007

morrer de amor


A espaços beijar teu rosto
nas zonas onde se põe triste
plantar palavras para te rires
semear estrelas se partires
colher as rosas em Agosto
picar-me nelas e sorrir
crestar meu corpo no teu sol
arder assim à beira-água
sem estender sequer a mão
para tocá-la de sede ávida
deixar que me comas em silêncio
como Tiestes no banquete horrendo
perder-me no deserto da memória
e desaparecer num abismo fundo
sem mais glória do que esta:
morrer de amor à beira mundo
como arde no fogo uma floresta
desfazendo-se em cinza e fumo...



27 de Junho
de 2004