não, não adormeças ainda
o dia chegou-me tarde
tão tarde que o sol já se fechou
no seu sumptuoso quarto
a lua cerrou as presianas
ao brilho de qualquer outro astro
o vento varreu até à praia os últimos barcos
e eu só agora cozi o pão para te dar a palavra
cheguei ao cais tão tarde
só encontrei o deserto do teu rosto
és uma estátua para amanhã descerrrar
solenemente o sol cairá sobre os teus ombros
e então serás corpo talvez carne
talvez cordeiro pascal
hoje já é tão tarde e ainda não te estreitei
dentro deste luar folhado na palavra
adormeço com o pão no meu regaço
e no teu jejum sagrado
talvez hoje já não me digas nada
o dia chegou-me tarde
tão tarde que o sol já se fechou
no seu sumptuoso quarto
a lua cerrou as presianas
ao brilho de qualquer outro astro
o vento varreu até à praia os últimos barcos
e eu só agora cozi o pão para te dar a palavra
cheguei ao cais tão tarde
só encontrei o deserto do teu rosto
és uma estátua para amanhã descerrrar
solenemente o sol cairá sobre os teus ombros
e então serás corpo talvez carne
talvez cordeiro pascal
hoje já é tão tarde e ainda não te estreitei
dentro deste luar folhado na palavra
adormeço com o pão no meu regaço
e no teu jejum sagrado
talvez hoje já não me digas nada