segunda-feira, 30 de abril de 2007

lentidão

e veio a chuva em queda lenta
a chuva no telhado e nós por dentro
volta a manhã ao nosso leito
não temos tempo o tempo é lento
a chuva é breve e nós derramadamente
lentos sob o lençol a chuva cede
voltamos nus ao momento em que
nada mais resta senão o novo alento
da chuva nos corpos sem muito tempo
a água leve e limpa que tudo leva
até o medo de não existirmos no
lugar do outro nem no lugar da escrita
nem no lugar que o outro habita

Bom dia!