sempre foste tu,
nunca houve antes outro fascínio
nem nunca houve antes outro mistério
és sempre tu a causa
o efeito e a consequência
a pausa, a recta e o destino
e aqui estamos nós, presos na distância
unidos pelo tempo que nos enche e nos devora
entre o dia e a noite vinho de inquietação
não te ter, foi o preço que paguei
por te ter encontrado,
ontem
ontem
e agora - sempre
nem tudo é poesia, nas palavras,
algumas são nuas e emocionadas
outras ainda usam véus e finas metáforas
mas são a expressão exacta
do murmúrio antigo e sempre renovado
penso o teu rosto e vejo o teu olhar
é um cometa rápido a cruzar o espaço
depois visto-me de luz e alcanço-te
não sei onde, nem em que águas
mas sei que esteja onde estiver,
terei sempre as tuas palavras