sábado, 12 de março de 2011

presos na distância



sempre foste tu,
nunca houve antes outro fascínio
nem nunca houve antes outro mistério

és sempre tu a causa
o efeito e a consequência
a pausa, a recta e o destino

e aqui estamos nós, presos na distância
unidos pelo tempo que nos enche e nos devora
entre o dia e a noite vinho de inquietação

não te ter, foi o preço que paguei
por te ter encontrado,
ontem
e agora - sempre

nem tudo é poesia, nas palavras,
algumas são nuas e emocionadas
outras ainda usam véus e finas metáforas

mas são a expressão exacta
do murmúrio antigo e sempre renovado

penso o teu rosto e vejo o teu olhar
é um cometa rápido a cruzar o espaço

depois visto-me de luz e alcanço-te
não sei onde, nem em que águas
mas sei que esteja onde estiver,
terei sempre as tuas palavras