sexta-feira, 4 de março de 2011

as folhas novas de maio

não sei quantas vezes já te surpreendi na última letra que me dirigirás. também já me vi a mim mesma a quebrar os laços visíveis e um silêncio de pedra logo a seguir. não sei qual dos dois sentirá primeiro essa lacuna que o tempo há-de trazer, mas se fores tu, deixa-me palavras a esvoaçar, onde eu as veja, que venham ainda muitas como as folhas novas de maio, cartas tuas a ensinar-me o tempo a flutuar e o modo único e ímpar de alcançar a transparência das nuvens - só com um olhar. ensina-me agora a viver sem palavras o que depois será o-não-viver. uma espécie de frio. a indiferença do mundo. a certeza de que nada serei para ninguém. era especial para ti. sou? não vás, então. não sei dizer o que de ti me completa tanto que sem ti nada no mundo me saberá completa ou suspeitará sequer o que já fui. tanto de ti, assim. fica.