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Desenho do João, aos 9 anos
são dias negros vividos por dentro
são velas ardendo e vozes de vento
e noites de pedra no velho silêncio
viesse a chuva esvaziar o mundo
vazar as vagas de inquietação
sem mais tumulto...
não ouço a inclinação da palavra
já não a sinto, nem a vejo proclamada
cegou-me a seiva de existir
tudo que vejo é tão distante...
os meus olhos são o horizonte
ficam por lá, sem bem saber
onde caem as aves quando
param para morrer
ou se há um lugar distante
talvez hoje ou manhã possa saber
se há um lugar guardado para o amor
sem que seja preciso erigir palavras como árvores
ou polir pedras e ensaiar o fogo das aves
quando param para viver...
são velas ardendo e vozes de vento
e noites de pedra no velho silêncio
viesse a chuva esvaziar o mundo
vazar as vagas de inquietação
sem mais tumulto...
não ouço a inclinação da palavra
já não a sinto, nem a vejo proclamada
cegou-me a seiva de existir
tudo que vejo é tão distante...
os meus olhos são o horizonte
ficam por lá, sem bem saber
onde caem as aves quando
param para morrer
ou se há um lugar distante
talvez hoje ou manhã possa saber
se há um lugar guardado para o amor
sem que seja preciso erigir palavras como árvores
ou polir pedras e ensaiar o fogo das aves
quando param para viver...