terça-feira, 30 de dezembro de 2008

poética


areia e sépia
na gravura descalça do teu rosto
rosas rabiscadas eu te desenho hoje
sem caule, nem espinhos
toda a deserta lonjura me responde

poética de alumínio e água-forte
metáforas que me acorrem
se a semântica se esgota
dizer-te o amor, como centeio
a farta plumagem da fome

fonologia fácil me enferma
falar-te é porém leve pena
nenhum som te corresponde
nenhuma lívida açucena
rosas apenas
são a poética suprema...

desenho da net

(não conheço o autor, nem a língua, nem as palavras, mas sinto-as
areia do deserto do sentir...)