sem tempo marcado na demora
sem qualquer chicote ou espora
cavalos de crinas livres
revoadas de asas
nas palavras que me dizes
soubesse eu teu mote
meu moinho e minha casa
soubesse eu nostálgico
o rumor dos velhos passos
se quando nos dávamos álgidos
debruados de uma íntima dicção
foi teu mais repleto acto
de entrega e devoção
dissesses tu teus versos
na métrica da paixão
junto ao meu seio
murmúrios fossem,
sem rima nem mote
amálgama de sangue
sedento e forte
virilha acentuada
onde a rosa ampla se alça
em fragrância
no pulsar da morte
ventre felino ferido amante
uma mariposa presa na fala
carícia de densa opala
quando me ondeias
na cama d'alba
e outra investes
e outra despes
assim te iludes
assim me acercas
assim me esqueces...