
calam-se as cigarras pelos campos
nos muros altos de pedras magoadas
filtram-se as águas das últimas chuvadas
escorre a bicharada pelo sol que já desmaia
a última cigarra entoa ainda, desgarrada,
o último silvo da tarde que se despe na calçada
tudo são horas que a vida nos medeia
horas pensadas, vividas entre candeias
as trindades dobram no coração
tantas palavras e receios...
o tempo é o de hoje
a saudade essa, já nem sabemos
de onde é que nos veio...
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