domingo, 22 de junho de 2008

silêncio, tanto silêncio



silêncio, tanto silêncio...
vim ao chamamento
mas era eco do passado,
miragem última do deserto
certamente

não quero morrer assim
tão lentamente
que a morte corte as veias
na rota viva da vida
a meio da palavra suplente
entre o abraço
e a carícia

se me chamaste, não me chames
para vir morrer tão longe
que eu quero ficar onde haja ternura
onde a palavra me responda
e a areia não fustigue a pele
por entre os escombros
de tanto amor

se me chamaste
apaga a voz como um vela
mas não deixes que a chama fique acesa
bruxeleante e ainda inteira
pois essa é a chama que queima
como uma luz traiçoeira

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