terça-feira, 24 de junho de 2008

raiz em terra de jardim




como seria veloz a descida no teu corpo
voraz seria a alma do meu gesto
sobre o teu corpo deposto e sério
e porém de suavidade
falariam os meus lábios
de seda seria a minha pele
e de sedução o meu lençol

e como seria cega a imensidão
do meu afecto
a extensão do meu corpo
seria o ponto de fuga
do próprio universo

e como seria, meu amor,
penetrar contigo a madrugada
como quem acende o sol
pelo avesso

paixão maior que o próprio corpo
desejo de teu sabor
de sentir o teu sangue novo
a pulsar entre os meus rins

fusão mais funda
que raiz em terra de jardim
fermento que fecunda
a vida vasta em mim

vem ver como em palavras te penhoro
o prazer que trago em minhas veias
voluptuosa vertigem que me leva
e te reverte nas latentes areias
deste amor que faço no poema


boa noite, boa noite, querido...