sexta-feira, 27 de junho de 2008

Bruma Rosa



bruma rosa
arde ardilosa
a rosa bruma

palavras aleivosas
num céu que se esfuma

areia densa
cravada na pele
quero espuma e vida
vagas e veigas
véus de bolina

não te conheço
quando me divisas

e teu olhar que me trespassa
passa através
não passa
não sou vista
nem vasta no horizonte
das palavras

o teu ponto de fuga
mais que me imprecisa
é bruma rosa
bela enigmática
indecisa
e frontal

é sinal que te combates
e te derrotas
que cobres a vida
numa mortalha
que te intensificas
na renúncia
e provocas a vida
que te calha

belos olhos terás visto
que os meus
são bruma rosa
sem presente nem passado...

nem nas fábulas tuas
sei se existo!