sexta-feira, 20 de junho de 2008

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protegemos
as entradas
fechamos
as saídas
prendemos
as palavras livres
libertamos as palavras presas
mas há algo que nenhuma represa prende:
as águas que frescas irrompem
do alto do monte e nos banham de água fresca
nos claustros de hoje, nas celas de ontem...

e nestas manhãs mondadas
irrigadas de ternura
cobertas pela sombra de um sol gigante
eu prendo flores no regaço
e vou por ti em campos de papoulas
bastaria achar-te num abraço
bastaria isso para que o tempo
de novo nos levasse tão alto...

perdoa se a minha cegueira
não te divisa
mas não vejo não
a tua palavra precisa
o teu sol arrecadado
vindo finalmente ao nosso encontro
sem nuvens sem filtros no olhar amado...

Bom dia!