terça-feira, 6 de maio de 2008

areia e bronze












esta noite no deserto um velho violino

vibra no sangue a ressonância do amor
vedamos o círculo nas ancas de uma duna
e a coberto das nuvens despimos o amor

e então planeamos os gestos
estátuas etruscas de firmes contornos
fundeamos na areia o bronze dos nossos corpos
e como dois bichos da terra
rasteiros e selvagens eis que nos amamos
numa ampulheta fina de gestos
tamanhos
que tudo nos comprime
na nudez aflita de um amplo silêncio
sentido nas entranhas...