o dia é uma ponte
num mundo colorido
e eu caminho na aragem
do poente com uma alegria retraída
preocupa-me algo
que me é exterior
mas porque te está associado
vem a ser uma vaga dor
que me dói não sei bem de que lado
e porque me enche de ternura
e de temor
poderá estar entre a loucura
e o amor...
que temes
que te apoquenta?
que nuvens ingeres que te
urgentam
uma angústia que não entendo?
se de mim só tens
os gestos finos e subtis
de uma atenção
que tu mesmo queres assim,
por que me lanças setas
nas seteiras
que tanto te abro
para que mais me queiras...?
e se mais me queres
não querendo tanto querer
por que me interpões recurso
do pouco no muito dizer?
sossega, alma minha
que o tempo nos não empurra
para o abismo ou a loucura
serena comigo o sangue
deixa pousar as emoções
que tudo seja natural
e simbiótico como é
a mudança das estações!
que a alegria simples
das mãos que te atentam
pinte de cores quentes
o enigma dos nossos corações!
Boa tarde!