terça-feira, 11 de dezembro de 2007


tenho o deserto urbano à minha volta
pessoas e passos em fuga a meu lado
comboios cansados cruzam os carris
a ponte altiva, alça-se e sorri

tenho o rio e as ruas da cidade
um silêncio nas águas enrendadas
tenho um céu deitado na paisagem
e tristes barcos que nunca partem

cidade de mouras lembranças
infantas de tranças sob as laranjeiras
viagem sem rota e velhas caravelas
escadinhas da dor, ternas sardinheiras

só não te tenho a ti ao meu lado
as tuas mãos tão extensas na distância
e mesmo com o sol e o lesto fado
nenhuma cidade como tu me alcança...

~~
beijinhos e boa tarde, amor!