sábado, 22 de dezembro de 2007

alvoradas

não posso repetir-te o tempo das alvoradas
nem o delírio de cada manhã na pele alva
da alba só me resta o milagre de renascer
na profunda interioridade do teu ser

e teço ainda as grinaldas dos sentidos
em algumas noites de prazer contigo
noutras embalo a minha própria fantasia
sabendo que sonho o sonho até ser dia

e que apenas me iludo na minha imersão
estas águas outrora doces e nubentes
são tantas vezes lagos intensos
onde nem sempre encontro a tua mão

mas permaneço na sombra do tear
teço a minha quimera mansamente
sou feliz na minha agrura de ali estar
a pensar no mistério de te querer

.

bom dia para ti, onde estiveres, amor querido,
as minhas mãos aquecem hoje ternamente as tuas...