meu amor, tenho o teu nome colado à boca mas ainda é cedo, ainda não vieram os reis magos, nem houve sequer anunciação do teu nome no meu. busco-te junto ao meu corpo, não te vás sem me levares os sais de amar-te e o gosto puro da noite em nós. tenho tanto frio esta noite, que não sei senão embrulhar-me em ti para passar o ribeiro antes de ser dia. venho novamente a ti, desprender-te a dúvida entre os lábios e o consenso no beijo acolhedor. acolhe-me nalgum bocadinho da tua superfície, tolda-me a voz e os movimentos, mas vem ao meu corpo para te conhecer as grandes divisões dos olhos. não me marulhes desculpas, hoje não deixarás o meu nome em vão, sem olhares ao espaço que ocupo no salão principal. exulta-me a pele dentro, o leviano mar e a extensão calórica das nuvens, quero-te contigo numa cavalgada febril, penetrar no imenso mundo e anódino das ínfimas partes do nosso corpo, segredos balbuciados entre pernas, meu amor, hoje eu quero tudo. a tua voz, o lépido veludo do teu beijo, revela-me o que conhecendo, na verdde não conheço na suprema descida do teu desejo...