sábado, 14 de julho de 2007

o pulsar das estrelas

tão perto
basta que saltes o oceano
as montanhas amotinadas
as longas rotas de palavras
e desças até à superfície
do meu corpo

como posso
encerrar a noite que criámos
se ainda não te disse do que me
queima os lábios e fragiliza
os membros

da vontade de te honrar
dignamente, meu senhor do meu desejo
de me abrir a ti no fundo
mais reservado do quarto velho e
poeirento

como posso ir
se nos falta ainda o frémito
a errância pelo corpo
a caravela em fuga, o cavalo
que corre dentro em cavalgadas brandas
o desaguar da virtuosa água
do nosso corpo,
meu amor, adentra-te e esvai-te
no buraco negro da noite inicial

onde o pulsar de uma estrela te
aprisiona e te liberta transformado

num novo ser amanhecido
do prazer