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escrevo a tarde no meu corpo
sinto-me a sílaba solta
ou talvez o sopro
de um tempo profundo
leves rosas as que ouço
pedem silêncio
não sei sequer
calar o que não escondo
ternas brumas se levantam
e eu pressinto
que a tarde fende fundo
sobre a rocha absoluta de um tesouro
que acho e oculto