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ao correr da noite aclamo o meu próprio regresso
de mãos vazios lírios murchos na cavidade do verso
ao correr da pena passo e detenho o risco o riso fácil
ao correr das mãos sobre o teclado a tentação do gesto
ao correr da saudade contra mim mesma o chão me regressa
ao território do abraço...
e acendo para ti o meu coração e a palavra cresce
abrigo-te na asa do olhar quando as majestosas trindades
repicam repletem os sinos de solidão no claustro frágil
passo e o amor vence-me o curso que seguia
ficar contigo é acender o dia no corpo da noite
e fazer a noite acontecer à luz do sol, sempre
maior e mais profunda a luz cega que nos guia
de mãos vazios lírios murchos na cavidade do verso
ao correr da pena passo e detenho o risco o riso fácil
ao correr das mãos sobre o teclado a tentação do gesto
ao correr da saudade contra mim mesma o chão me regressa
ao território do abraço...
e acendo para ti o meu coração e a palavra cresce
abrigo-te na asa do olhar quando as majestosas trindades
repicam repletem os sinos de solidão no claustro frágil
passo e o amor vence-me o curso que seguia
ficar contigo é acender o dia no corpo da noite
e fazer a noite acontecer à luz do sol, sempre
maior e mais profunda a luz cega que nos guia
passo e fico aqui a imaginar a maçã que a imaginação
só por si jamais daria, recebendo em espasmos a flora pura
de rios e represas, e remoendo as águas e as pedras
eu irei senhor escandir a voz da noite até ser alba
e tudo, meu amor, serão rosas que a manhã nos dava
mas passo e os meus passos vacilam sem saber
se me depenho já no fundo do teu olhar
para não morrer
ou se fico aqui sentada fora dos teus sonhos
imaginando que estou lá dentro contigo
e que no sonho somos um só corpo um só lençol
semente riso e loucura em vértices e vórtices de seiva
e suor ternura tentação - ah, diz-me onde fica
se me depenho já no fundo do teu olhar
para não morrer
ou se fico aqui sentada fora dos teus sonhos
imaginando que estou lá dentro contigo
e que no sonho somos um só corpo um só lençol
semente riso e loucura em vértices e vórtices de seiva
e suor ternura tentação - ah, diz-me onde fica
o castelo do nosso amor,
diz-me do passal e eu irei colher o pão e o mel
diz-me do passal e eu irei colher o pão e o mel
Boa noite!