sexta-feira, 15 de abril de 2011

confluência

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con(fluência)
te digo o que fluentemente sinto

rasaste-me ainda agora o véu da noite
como se me caminhasses na sepultura
ou me encontrasses no caminho do coração

meu doce amor

esta confluência do sangue
e da atenção
diz-me que o meu sacrifício
não serve o sonho,
nem arrasa a ilusão

fecho os olhos para ver melhor
o teu rosto grave, meu amor

deixo-te ir,
mas fico daqui a ver-te, ternamente
a querer ficar
e abro-te o meu lado da noite

chega para lá, anda, entra, está calor
não faz mal, para te abraçar, convoco
a mais dura invernia

e eu buscarei no teu peito
a confluência do sangue e das palavras
todas no mesmo lado da cama

...até ser dia e nos levar a madrugada