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con(fluência)
te digo o que fluentemente sinto
rasaste-me ainda agora o véu da noite
como se me caminhasses na sepultura
ou me encontrasses no caminho do coração
meu doce amor
esta confluência do sangue
e da atenção
diz-me que o meu sacrifício
não serve o sonho,
nem arrasa a ilusão
fecho os olhos para ver melhor
o teu rosto grave, meu amor
deixo-te ir,
mas fico daqui a ver-te, ternamente
a querer ficar
e abro-te o meu lado da noite
chega para lá, anda, entra, está calor
não faz mal, para te abraçar, convoco
a mais dura invernia
e eu buscarei no teu peito
a confluência do sangue e das palavras
todas no mesmo lado da cama
...até ser dia e nos levar a madrugada