tu tens o labirinto, eu tenho o fio
eu tenho a prata arrecadada
e o tempo nos fios dos meus cabelos
encontraremos a saída para entrar mais dentro
e tudo nos vai para sempre embranquecendo
viajaremos na crina de alazões brancos
os pégasos ligeiros dos minutos do encontro
tocaremos alaúde em ritmo brando
e o tempo será antigo e longo
nas válvulas abertas do coração
onde me andas onde me prendes
abrir-se-ão bocas fumegantes
para haurirmos brisas de temperança
e entre os dois, se tu quiseres,
há um fio de luz que não se arranca
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