domingo, 9 de janeiro de 2011

breve como tudo


quanto canta este sol na casa ao frio
quanta humidade sai seca pelo peito
e na pedra a sombra se levanta acesa
mais cedo na primavera que ora chega

castas ainda não se crestam pela veiga
mas corre já a seiva nas artérias verdes
é um tempo alegre que nos aquece
e nas palavras lança flores e borboletas

tudo será breve, a luz a entrar pelas seteiras
o vento recolhido e breve
a chuva e o lamento das goteiras
virá a nuvem que trará a tarde
virá o gelo que faz sede
a idade que enrugará o riso
e eu sei que tudo isso
será também breve e impreciso

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