quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

poema-chá

chá de jasmim, chá de gengibre,
de maçã ou de canela
sabores da terra e do deserto
chá de ventura, chá de cansaço,
chá de sossego, chá de fascínio,
chá de flanela e lúcia-lima
ou camomila, ou tília e segurelha,
chá de pausa e de memórias minhas
num chá de ervas maduras,
em palavras que largam sua alma derradeira

quente e aconchegante
este é um poema-chá de coisas verdadeiras
como a paz de uma noite após a chuva
como o retorno a casa após a ausência
como o afago macio do sono
quando o chá nos embriaga de sabores
e enfim nos desprendemos para os sonhos
de jasmim, de gengibre ou de cidreira
consoante a raiz do que já fomos