cidade branca, vestida e despida
em jornadas tantas
luminosa fraga colinas, recantos
escadas em vertigem
para um rio que encanta
meu amor distante
da cidade branca,
marinheiro não és
nem vestes a esperança
no cume a teus pés
meu amor sentado
num penhasco aberto
rosa dos ventos, rajada,
terna tempestade
teu rumor incerto
rasgado no mar
de meu lugar deserto
não me chega o sol
no som da palavra
cidade clara,
claríssima tarde
teu nome é viagem
num porto distante
de outro lado ardente
de uma outra margem
do espaço restante
eu quero partir
cruzar outros mares,
viver por instantes
chegadas partidas
viagens andantes
da cidade branca
guardar a saudade
como um sopro aceso
adeus, meu amor,
sopro a vela verde
cegueira me venha
de não mais sonhar
sensata me seja
a mais dura pena
de não mais olhar-te
.
.