sábado, 20 de junho de 2009

luareiro

silêncio de pedra antiga
escavadas fundas pias e nichos
e o tempo abandonado dentro
o tempo ido

mistério seus dias
aqueles que vive e os que
nada habita

e o meu cicio
só se te ouço:
luar tu me és fogoso
lume tu me és tão moço

ficamos de gesto pronto
éguas de Junho
pasto e restolho
ficamos soltos e cavalgamos
um sóbrio sonho

reóstato tu me és
resoluto como um fogo
em pasto seco
mas se sopras a voz
e te apagas neutro
são meus olhos duas esferas
que giram contra toda a evidência
de fora para dentro,
minúsculas de impaciência
se não te sinto
ou não te vejo viajante
do desejo
.