quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

perguntas sem resposta

que exprime o risco
a roca o ramo
que exprime a rosa
quando pinga e eu te chamo?

quantas aves
sobrevoam os meus olhos
para te verem
quantos limões bebem os lábios
e quantas pedras depreendem
os silêncios?

e este frio
que vasto me
contrai
ânfora, quadril,
barro da pele

e o centro vago do desejo
tão impreciso, tão insurrecto
tão perto o beijo
tão longe o gesto?

e quando a fuga
em fogo veste
a noite em tule

e o teu nome vem à sombra
a tua pele ao sabor
da minha sede

a ausência é de cristal
tão imperfeita
que a morte em seda
vem ao cimo e cai
em trapo velho

porque a vida vem mais cedo
quando me fecho em ti
e do interior da minha solidão
enfim te olho...


boa noite... hoje sinto-te mais
e mais dentro de mim?