quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

a chuva ainda e a noite









chuva no deserto dos afagos
aquela leda labareda a que me prendo
quando a noite vem e me sonega
ao mundo dos vivos a que pertenço



essa chuva é vereda e vala de silêncio
deixo-me ir sob a noctívaga dor
aquela de ser tua e não te ter
aquela de ser ser e não mais ser
o corpo frutuoso a válida vinha
tua canção, teu poema, tua ave
mas uma ave sem asas, rasteira
urze daninha...

ah, a noite e a chuva levam-me tão longe
que eu não sei voltar da prisão
onde me escondes...

beijinho doce, muito doce,
perdão pela ausência...


Uma lysimachia-procumbens,
por melhores dias e pelo sol, para que venha...