quinta-feira, 6 de novembro de 2008

tombar

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tombo miseravelmente num lugar que é elipse e me transporta à não-existência fetal, um lugar fundo que me abraça no esquecimento das misérias do dia, o carro quase sem gasolina, a deambulação numa zona urbana desconhecida, o atraso a aumentar, chuva miudinha, a bomba encerrada, a apatia urbana, (mas onde fica isso? nunca ouvi falar!) a falta confrangedora de taxis, e eu sem essa coisa nova o GPS, o cabelo miseravelmente "plat", o segurança que me pergunta no regresso para que andar vou, porque não me reconhece, ah, é a senhora! mudou o penteado, foi? está tão diferente hoje... pois!
e o resto. nem vale a pena encharcar a escrita de lágrimas avulsas do misérrimo sentido de desorientação que me Deus me deu... caí, pronto. tombei na apatia e numa espécie de alergia febril de espirros e arrepios de frio. depois, à noite, limpa, limpa tudo, esquece, control, alt, delete. reinicia a máquina, e assim fiz. sono profundo, sem apelo nem agravo! claro que a meio da noite acordei fresquíssima e pronta para mais. componho já o trabalho do dia, aliso o ego, amenizo a constipação, mato a saudade de estar (mos) juntos, (... busco-te, leio-te, invento-te, adivinho-te, tacteio-te) e a seguir vou erguer o penteado, para que o segurança hoje me volte a reconhecer e me abra a rotina com o mesmo sorriso distraído de sempre (quem diria que é um apreciador de penteados?).
até logo, meu amor querido...