quarta-feira, 12 de novembro de 2008

canção do cais

daqui do sol
do cais da calma
e da calmaria
daqui da rua aberta
ao voo da onda
e da maresia
aqui a rima fácil
tão clareada,
cálida e gentil
adjectivada de luz
a voz que te diz
amor como quem
morre na derradeira
flor da vida
amor, como quem parte
para voltar de seguida
amor, amor,
prata argentina
garganta lusa
poema aberto nos pulsos
pátina de asfalto
ardente e fina
amor, murmura
murmura o manto
abriga a lua
no recinto amplo
que me flutua
como quem busca
num olhar
a fugaz vida
e encontra a tua!

beijinhos