quarta-feira, 2 de julho de 2008

mel murmura minha boca

os momentos mais ardentes
as noites mais fundas
as amarras mais presas
os gestos mais lentos
os minutos mais sensíveis
são aqueles que parados
aguardam para sair
porque se estranham
porque se receiam
porque se circunscrevem
aquém de qualquer palavra
aquém do sonho
aquém do amor
e sabem esperar para depois
brotarem com mais súplica
mais lentidão,
mais verdade
e mais fervor...

as de hoje são beijos loucos
carícias sem adjectivo
toques arbustos e roucos
semeados no teu corpo
são mais que ontem
rosas e razões as sublinham leves
e incandescentes
lábios e línguas sílabas doces
no teu ventre confluente
e mel
mel murmura minha boca tão calada
na penumbra do teu ser
como mulher que sou
e... amada...
mais mulher sei ser...

.
(que a ternura depois do amor
nos enlace
o corpo e o ser)