( imagem minha trabalhada sobre foto da net "Michalchelbin")
a tarde é um veio de sal
um corpo azul
um adjectivo novo
vazado no olhar
todas as tardes contigo
proclamam a tua ausência
são de porcelana ou de faiança
delicadas como um gesto de pertença
no meu corpo a neve
o seio erguido
a terna evidência
no teu silêncio
a frase suspensa
a ansiosa febre dos olhos
aceita as ervas
os suaves toques dos meus dedos
aceita a trémula providência
dos meus lábios
chá e mansas rimas
do meu peito
e vem libertar o vento
esvoaçar comigo o riso
e o corpo
temos tempo
o nosso mundo não é de
origem geológica
nem tem clima que um meterologista
possa prever
o nosso mundo é assunto dos deuses
a porta aberta na ala do desejo
a fraga funda em nós
profundo beijo
gostar de ti não é um poema
é um cancioneiro
de versos volúveis
voluptuosos
verdadeiros
alguns são beijos, sim,
outros são sal,
alguns são pão e outros mel
os meus sentidos
são os caracteres que te imprimo
na pele
como um escultor usa o cinzel
eu uso meu amor
a minha língua
sílabas árduas e fundas
roladas no palato
são sons que te aprofundo
na carne
como se, proferindo o amor,
o amor nos verbalizasse
fogosos e loucos
no secreto encontro...
.
um corpo azul
um adjectivo novo
vazado no olhar
todas as tardes contigo
proclamam a tua ausência
são de porcelana ou de faiança
delicadas como um gesto de pertença
no meu corpo a neve
o seio erguido
a terna evidência
no teu silêncio
a frase suspensa
a ansiosa febre dos olhos
aceita as ervas
os suaves toques dos meus dedos
aceita a trémula providência
dos meus lábios
chá e mansas rimas
do meu peito
e vem libertar o vento
esvoaçar comigo o riso
e o corpo
temos tempo
o nosso mundo não é de
origem geológica
nem tem clima que um meterologista
possa prever
o nosso mundo é assunto dos deuses
a porta aberta na ala do desejo
a fraga funda em nós
profundo beijo
gostar de ti não é um poema
é um cancioneiro
de versos volúveis
voluptuosos
verdadeiros
alguns são beijos, sim,
outros são sal,
alguns são pão e outros mel
os meus sentidos
são os caracteres que te imprimo
na pele
como um escultor usa o cinzel
eu uso meu amor
a minha língua
sílabas árduas e fundas
roladas no palato
são sons que te aprofundo
na carne
como se, proferindo o amor,
o amor nos verbalizasse
fogosos e loucos
no secreto encontro...
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