sexta-feira, 23 de maio de 2008

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começou a partir antes de chegar

partia todas as terças e quartas
no momento em que chegava
um destes dias partiu mais longe
alqueires de palavras por aí me deixou
esquecidas ináguas de amor minhas pendurei
não ter sequer a quem falar da morte viva
partiu de uma estranha partida
sem nau que o levasse, nem mar
nesta terra perdida...
a estátua ferida, coberta de areia
quem a limpa e lhe descobre as feições
as dunas das veias e o coração ainda quente?
e ninguém a quem contar a morte viva
o fôlego perdido o silêncio que se põe a oriente...